Desde que acordei que ainda não ouvi falar de outra coisa, a não ser da transferência de Cristiano Ronaldo para o Real Madrid. Numa actualidade preocupante, com a gripe a atingir cada vez mais pessoas e a crise a devastar mais famílias; julga-se importantíssimo falar de uma transferência totalmente estúpida.
Ninguém vale tanto dinheiro. Por melhor jogador que ele seja – só o vejo nos jogos da selecção, onde não joga tão bem quanto isso – 94 milhões é um exagero. Há quantidade enormes de pessoas a morrer à fome, só que o importante é aproveitar as audiências de um feito notável do ponto de vista jornalístico…
Adoro jornalismo, é a minha grande paixão, mas não suporto vê-lo submerso por noticiazinhas deste género. Especiais mostrando fãs não sei quantas horas à espera, mostrar as imagens do “puto maravilha” vezes sem conta, louvar que um português tenha a capacidade de ficar para a história num clube tão grande! Haja paciência!
Ronaldo pode ser o melhor do mundo, ganhar tanto dinheiro e gastá-lo em luxos e mais luxos; mas, por favor, não atirem isso à cara de quem não tem o que comer ou vive todos os dias contando tostão a tostão a sua realidade! Conheço alguns casos assim e, ver acontecimentos destes proclamados a toda a hora enche-me de uma mágoa tremenda.
Até para quem admira o jogador, o que quer é vê-lo a jogar, não envolto neste mediatismo exacerbado que nos faz cair numa novela sem fim. Só espero que depois de hoje tudo se acalme… (apesar de duvidar seriamente que isso aconteça).
Ninguém vale tanto dinheiro. Por melhor jogador que ele seja – só o vejo nos jogos da selecção, onde não joga tão bem quanto isso – 94 milhões é um exagero. Há quantidade enormes de pessoas a morrer à fome, só que o importante é aproveitar as audiências de um feito notável do ponto de vista jornalístico…
Adoro jornalismo, é a minha grande paixão, mas não suporto vê-lo submerso por noticiazinhas deste género. Especiais mostrando fãs não sei quantas horas à espera, mostrar as imagens do “puto maravilha” vezes sem conta, louvar que um português tenha a capacidade de ficar para a história num clube tão grande! Haja paciência!
Ronaldo pode ser o melhor do mundo, ganhar tanto dinheiro e gastá-lo em luxos e mais luxos; mas, por favor, não atirem isso à cara de quem não tem o que comer ou vive todos os dias contando tostão a tostão a sua realidade! Conheço alguns casos assim e, ver acontecimentos destes proclamados a toda a hora enche-me de uma mágoa tremenda.
Até para quem admira o jogador, o que quer é vê-lo a jogar, não envolto neste mediatismo exacerbado que nos faz cair numa novela sem fim. Só espero que depois de hoje tudo se acalme… (apesar de duvidar seriamente que isso aconteça).
Sara
Concordo com quase tudo o que dissete Sara. Embora tenhamos que admitir que grandes culpas tem quem deu 94 milhões de euros por apenas um jogador e não me refiro a uma pessoa mas sim a uma instituição, o Real Madrid, que mesmo sendo um dos clubes europeus com maior passivo prepara a próxima época com um orçamento de 250 milhões!? enfim...
ResponderEliminarQuanto à afluência do público em massa ao estádio para a apresentação de um só jogador, parece-me que vão os que apreciam realmente futebol, os que vão por contàgio e aqueles que vão apenas para puderem dizer: «eu estive lá». . é realmente uma loucura desmedida !!
É uma loucura desmedida,
ResponderEliminarsinal da modernidade,
numa cultura iludida
por tanta impropriedade.
Muitos são os milhões
desta transferência,
os pobres mexilhões
assistem com deferência.
Concordo plenamente com o que escreveste sobre o inqualificável acontecimento da transferência do Cristiano Ronaldo. És muito lúcida a ver e a expôr a situação.
ResponderEliminarSUBSCREVO TUDO.
Dar um passeio pelas caixas de comentários dos jornais e dos blogues a propósito de C. Ronaldo pode ser uma aventura penosa. A euforia da sua chegada a Madrid foi uma espécie de gota de água que fez transbordar o copo do mau caráter nacional.
ResponderEliminarNunca se viu tamanha indignação pelo sucesso de um rapaz nascido pobre na Madeira e que ficou rico e célebre sem ter roubado um cêntimo aos contribuintes portugueses. Se se compreende o protesto pelo abuso alarve das transmissões televisivas, há a notar, no entanto, esse fenómeno lusitano: a inveja pela sorte de um dos seus. Pelas suas namoradas, pelo seu dinheiro, pela sua fama. Os portugueses não têm apenas dificuldade em admirar os outros; têm também um ódio visceral aos seus. Passam da admiração à abjeção. Desconhecem a sensatez.
Francisco josé Viegas
CM 09_07_2009
Como o senhor Francisco deve ter reparado, a crítica não é feita ao Cristiano, mas sim à atitude dos media.
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